Veja bem, meu amigo, se alguém em pleno juízo dissesse, há alguns anos, que um ex-presidente condenado por corrupção em três instâncias, com dosimetria confirmada e tornozeleira, seria retirado da cadeia pela Suprema Corte e, em seguida, empossado novamente no cargo mais alto da nação, diriam que era roteiro de filme de ficção distópica. Mas não, aconteceu. E está acontecendo, todos os dias, debaixo dos nossos olhos. E pior: não podemos nem denunciar sem correr risco de cadeia. Isso não é democracia. Isso é deboche com a cara de quem trabalha, contribui, envelhece e ainda tem o pouco que ganha levado no tapetão.
Migalhas
Não é exagero, é constatação: o INSS virou alvo. O que antes era símbolo de dignidade e segurança para quem passou a vida inteira contribuindo, agora é tratado como cofre vulnerável de um Estado saqueador. Cortes, retenções, revisões duvidosas, enquanto o rombo cresce, o dinheiro some. E ninguém responde. E ninguém explica. E se você aponta o dedo, ainda pode ser acusado de espalhar "desinformação". Roubar os aposentados é talvez o crime mais perverso, pois atinge quem já deu tudo de si, e agora colhe migalhas, ou nem isso.
Ao contrário
Cadê as 48 horas para alguém do governo se explicar? Cadê o STF? Ora, está ocupado demais criando narrativas, silenciando opositores, decidindo o que é verdade e o que não é. Não por meio de provas, mas de convicções ideológicas. São juízes que se acham deuses, mas agem como militantes com toga. Legislam, executam e julgam, tudo ao mesmo tempo, num superpoder ilegítimo que jamais foi concedido pelo povo. E quem questiona vira "golpista", "terrorista", "inimigo da democracia". Quando, na verdade, é o contrário.
Avalanche
Estamos vivendo um tempo perigoso, um tempo onde a denúncia do roubo pode ser mais criminalizada que o próprio roubo. Onde a mentira tem farda, microfone e verba pública. Onde o silêncio é o único colete à prova de processos. Mas também é nesse tempo que precisamos escrever, registrar, lembrar, e resistir. Porque a verdade não se cala. E um dia, ela volta como avalanche. Quem sabe não será esse o novo capítulo do Brasil: o despertar do povo que não aceitou ser calado.
Zé da Flauta é colunista do SITE: PRESSÃO POLÍTICA
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